Ando correndo; desconcertado e atrapalhado e ocupado demais, sempre.
Não reclamo.
Tanto que minha ausência aqui (no blog) é evidente.
Ando ausente de mim mesmo. Risos, logo eu que tanto reclamei em meu manifesto cordialista sobre a mecanização dos sentimentos e sensações, agora me vejo em derrota sob o Sistema.
Meu dia meticulosamente planejado em horários se cumpre e se fecha em ciclos e ciclos.
Minha cabeça anda tão cheia quanto meu coração está vazio.
Pois é impossível viver uma rotina sem ao menos um sentimento desbundado e solitário, porém, esse sentimento geralmente tem sido o de tristeza, tristeza que acaba me acordando às vezes e percebendo que estou ficando de um tom acinzentado, como do resto do mundo.
O meu direito fica na faculdade, entre provas e atividades e pesquisas nas madrugadas sem nenhum cigarro.
O meu descanso fica por entre linhas e linhas de textos e páginas de leituras de termos técnicos; mas hoje foi diferente.
Por um só momento, lendo tais palavras, pude sentir o calor da bondade novamente.
Pude enxergar novamente, algo que tão tão raramente tenho visto, que é a delicadeza em se expor e, contar o que está sentindo. É isso.
Há tempos sinto essa possível privação das pessoas que estavam perto demais para contar comigo quando precisavam e agora, longe demais para confiar um sentimento. E isso acaba comprometendo os meus.
Mas por essas palavras, lembrei por um momento de como as coisas realmente são.
Por essas palavras, minhas preocupações entraram em calefação.
Essas palavras me fizeram, por um momento respirar fundo, me dar um beliscão e lembrar que eu estou vivo; e isso me valeu muito.
Se não tivesse lido tal texto, teria meu dia mais uma vez passado despercebido e repentinamente por entre meus relógios.
Só espero que o ditado seja respeitado, e ao invés de ‘ao vencedor, as batatas’, ‘ao autor, flores e sorrisos’.


HuG