quinta-feira, 12 de agosto de 2010

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Dilong, que controla os rios e que consome a primavera no paraíso e o outono no mar, peço-te tua graça gravada de bom grado em minha pele.



HuG

sábado, 7 de agosto de 2010

-Tudo bem então, vamos conversar.
Nisso olhou então profundamente e diretamente nos olhos dele e o instigou com mais um olhar.
Escutou-se o coração dele parar por 1 segundo, como que em um soluço.
-Você gosta de outra pessoa?
-Porque me perguntas isso?
Mais uma vez silêncio. Dessa vez era porque ele tem um jeito de pensar quieto, só depois que se põe a falar.
-Porque você esta diferente comigo.
Olhou fixamente e disse :
-O cara que conhecestes e, que era louco por ti não existe mais. Depois de dois foras levados, temos de crescer obrigatoriamente. Confesso, eu não mudei, e também confesso que ainda gosto de ti; mas agora eu sou uma versão atualizada do que fui. Subtrai o que me prejudicava e adicionei o que percebi que iria me fazer bem. Não vou lacrimejar agora e nem quando estiver em casa depois de tê-lo visto; mesmo ainda gostando de ti.
-Porque você é tão radical?
-Porque sou intenso no que sou. Seja para mais e me esforço para que não no menos. Não quero tua amizade como prêmio de consolação. Ou eu tenho ou eu não tenho. Fui educado assim, com a dor da conformação. Julgue-me como queiras, mas eu sei o que se passa em minha cabeça e infelizmente eu sei como o mundo realmente é.
Lhe extendeu a mão, logo colocou seus óculos escuros, deu um sorriso e continuou a andar na direcão oposta.

O outro então não conseguiu tirá-lo mais da cabeça.









HuG

domingo, 25 de julho de 2010

Mesmo tendo sido privado da vida de alguém;
agradeço os sentimentos sentidos. Ainda sentidos.
Ainda serão sentidos.








HuG

quarta-feira, 9 de junho de 2010

E esta cidade te testa todos os limites, de tempo, paciência e disposição.
Na cercania de onde eu morava, sempre encontrava um tempo para retratar o que se passava comigo. Por ser uma cercania, quase sempre estava na mesma situação, risos. Sinto falta de lá.
Aqui se estoura uma bomba a cada quinze minutos. Seja sobre o amigo, seja sobre o amante, seja sobre o amado.
Não temo em dizer que tenho o que pedi.
Essa confusão com meus sentimentos, essa alucinação/fantasia para com algumas expectativas que sempre serão desleais, mas sempre serão uma espécie de exercício para que eu esteja preparado para o que vier.
O dia dos namorados chega e mais uma vez me dou conta de que apenas é uma data comercial. Um dia para se vender mais tudo que seja vermelho, rosa ou em formatos arredondados.
Seja dia doze, treze ou quatorze, é apenas uma data. É apenas um dia a mais.
Não que eu esteja amargo por não ter a quem presentear nesse dia. Eu vou.
Eu vou me presentear.
Me presentearei com três comprimidos de Rivotril.
Não partilho dessa política de ter de depender de dias pré-fixados pela mídia ou pela história para fazer ou não as coisas.
Meu dia dos namorados é todo dia. Assim como para mim o aniversário, o dia do amigo e o dia das mães.
Sinto para os que precisam de trezentos e sessenta e cinco dias para presentear alguém e finalmente lhe dizer que gosta; eu não.
Faço isso todo dia.
Farei isso todo dia, quando tiver alguém só meu.
Quando tiver alguém que me queria de verdade,
e que me peça para manter segredo o 'nós'
porque se o segredo é mais gostoso
há a possibilidade de ficarmos melhores ainda.
Então me pedirá para ficar do lado,
em cima e atrás.
E que não precisará pedir para ficar na mente pois,
isso estará escrito nas paredes, nos carros que passarão.
Então o único gesto, simples e antigo
de tomar a mão do outro para atravessar a rua
ou o corredor
me fará finalmente um cara sorridente.

Um devaneio. Me desculpe.



HuG

sexta-feira, 12 de março de 2010

Aí, aqui

A mesma água fria que ouriçou teu mamilo cai agora em forma de chuva e embala o meu sono.

quarta-feira, 10 de março de 2010

O touro deixou-se envenenar pelo modesto escorpião.


HuG

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Depois de realmente ter uma vasta lista de livros e de filmes e ter certa idade, o ser humano ainda comete o erro simples de acreditar que vá dá conta da situação sentimental.
Nem paulos coelhos e nem mães dinás poderão dar soluções porque não há. Não que eu tenha lido e não que eu tenha algo contra quem lê, mas eu tenho aversão à leitura de auto-ajuda.
Acredito que o sentimento mais desleal que descende da empolgação do início seja o de criar expectativas a seu favor. Primeiro por não contar com o fator de que a outra pessoa está fazendo a mesma coisa (falando de relação) e sempre, inevitavelmente as vontades nunca serão as mesmas.
É complicado ceder assim, tão facilmente, tão tecnicamente a rigor as normais e leis de como namorar, risos, mas é difícil você não se balançar pelo sorriso de moleque, ou pelo olhar de menino.
Também acredito no fator de que o meio sempre de alguma forma estará contra. Alguns preferem chamar isso de azar ou de má sorte (nunca entendi o ‘má sorte’, enfim), mas, o que não paramos para entender é que somos todos animais buscando a sobrevivência e que a seleção é natural, conseqüentemente os mais fortes vivem mais.
Quem sabe namorar que, por favor, fique calado com o seu. Essa é a verdade. Temos outro vício pecaminoso de querer sempre levar em consideração a maioria. Um dia assistindo a um programa de entrevistas, uma atriz a qual não lembrarei o nome agora soltou a seguinte frase em reivindicação à cena do teatro nacional “toda maioria é burra”. E é.
Acabei descobrindo (ou aprendendo, anyway) de que relacionamento é a arte de se conviver com outra pessoa completamente diferente de você; desde ao nome, ao jeito, ao gênio, aos gostos... Aí é que está a graça. Por isso vejo como uma característica natural de quem realmente se interessa em se ter um relacionamento verdadeiro seja a não-necessidade de se impor à sociedade, ou seja, não há motivos inteligentes para que se aproveite do tal status para se vangloriar de algo ou magoar outros. Relacionamento que é relacionamento fica entre dois seres e quatro paredes.
Não fazer questão, não dar importância a anunciação desta mudança de status é para mim uma característica do interesse, da real vontade de ser um casal, e não ser o fulano que agora está namorando. Novamente.
Sou fã da causa-surpresa.
Ainda mais quando não sobra espaço para que as outras pessoas possam interpretar ou alterar da maneira delas a história principalmente e quase que unicamente para seus interesses. Fatos.
Vale andar de mãos dadas, vale apresentar aos amigos como o ‘maridão’ mesmo ainda não estando namorando? Sim. Vale ter ciúme controlado se te olham, vale dizer que já está com saudade? Também. Ninguém pode discordar de como é gostoso um início. Na verdade como é gostoso você saber lidar com isso sabendo descobrir a outra pessoa e deixando pistas para que ela faça o mesmo. Cautelosamente. Sem pressa nenhuma.
Se a maioria soubesse o quanto é bom saborear o gosto de um olhar, pelo menos em relação a namoro, essa maioria não seria burra.
E tenho agora a quem declarar minhas singelas sinestesias.

HuG

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Demarcações entre arquipélagos e enxofres feitos ou ocasionados por pradarias desmatadas por dentre os almoxarifados dos confins cerebrais.
A proposta foi, demarcar a área pertencente ao extremo norte. Conseguiu-se... nada.
O objetivo era a libertação parcial, social, ocasional.
Mas o verdadeiro objetivo conquistado foi a não encorporação.


Comparsas.

Maléficos.

Look Du Jour.


HuG.