Dos meus hábitos sou refém; sou escravo e devoto
das minhas manias que me definem erroneamente.
São pelos meus passos tortos que traço meu caminho reto.
Num súbito devaneio ao ler mais uma de minhas prediletas crônicas
Veio-me a mente um choque; um choque de realidade:
Se hoje sou frio, cético e em parte desacreditado,
é porque fora muito machucado, como couro curtido, cheio de calos.
Mas por vez me dei conta de que não posso ceder ao resultado da realidade
Não posso negar a minha equação mor. Não posso ser a resposta.
Eu sou a pergunta; e é isso que me faz um, e não mais um.
Minhas predileções são as mais robustas e amargas e tradicionais e piegas.
Fazê-las em um homem de vinte e poucos anos talvez seja o diferencial.
Sofro pelo o que quero e anseio, pois vejo que obstante está esse meu tal desejo
de ser grande mais que aparento ser.
Não sucumbir fácil ao óbvio e não ceder logo ao outro me torna mártir de mim; é meu martírio.
Ceder é permitir. Permitir é aceitar. Aceitar é abrir espaço para o viver.
Eu quero viver. Eu quero feliz ser.
Tenho-te do lado com medo confesso.
Admito medo porque humano de carne sou. Também.
Mas de repente me peguei em devaneio costumeiro
sorrindo do nada, para o nada;
o qual reconheço tê-lo somente quando estou bem.
E me vi defronte ao papel; novamente.
HuG
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