domingo, 30 de março de 2008

E então aquele cara cheio de confiança desabou.
Dispencou ao perceber-ser só. No meio de tantos, sendo mais um. Não tinha colo, não tinha proteção... apenas um rumo pra seguir.
Aquela mão que possivelmente seguraria a sua agora e cada vez mais parece bem mais convidativa. Dar-me conta que serei eu e mais ninguém é difícil. Tento encarar da melhor forma mas, só consigo ver angústia nisso. A vontade ainda é de dar um grito, mas para que? Sei que não vou ser ouvido. Escutado talvez mas não ouvido. Talvez seja muito egocêntrico. Talvez pense muito em mim mesmo. Mas é que há tempos me dei conta de que se eu não me amar, quem vai? Esperar por alguém já não faz parte de mim. Ainda desejo alguém, mas logo isso também vai passar, porque eu sei que eu já passei... passei como vento carregado de poeira. Passei.
A noite cercada de decisões responsáveis... decisões que vieram até mim como num tapa só foram cumpridas. Ainda cansado pelo fato da noite mal dormida. Pesadelos me cercam desde as 4h da manhã. O desespero?? Não, a agonia nem tanto também mas, a tristeza em si de estar só. Sou forte para curar. Quando quero. Mas também sou fraco ao ponto de dissolver. Quem quer essa cura? Quem quer antes mesmo d’eu estar curado? A cabeça não pára de girar. Olhos pesam mas o medo dos pesadelos não me deixam dormir.
Talvez pela frieza o qual tenha me deparado a pouco, em um simples pesar de sentimentos, assim somente consegui chorar pela primeira vez no dia.

HuG

sábado, 29 de março de 2008

IX

A vontade de quando se ouve uma música e essa lhe provoca euforia por dentro; aquela que te faz dançar seja qual for o lugar. A sensação de tê-lo aos braços de alguém. Colo já tinha um outro significado para Augustus. O significado verdadeiro, pensou ele. E por mais uns trinta minutos com o braço cheio de pêlos loiros envolto ao seu peito admirava aquele entardecer. O céu era mais bonito, as estrelas brilhavam mais e até a lata de lixo era mais apreciante. Brinco. Mas Augustus descobria desta vez em pratica o que era o amor. Sim, não pensem que amor só se sente depois das primeiras semanas juntos com alguma pessoa. Existe amor à primeira vista onde que, se apaixona pelo jeito, pelo olhar... pelo agir da pessoa. E Augustus estava amando Louis. Não era superficial, não era antecipado e nem pré demais. Era simplesmente amor. Amor à aquele sorriso que jamais se negava a qualquer que fosse a atitude que tomasse, ou aos beliscões que tinhas um sentido muito mais profundo. Se amor é feio e machuca seja em quais forem os casos, se amor mesmo machuca, se é irrevogável, que fossem pelos beliscões que Louis dava em Algustus a cada vontade que sentia em beijá-lo. Foram então para casa onde a noite apenas começava. No caminho resolveram tomar um carro pois a viajem era um pouco longa e apesar da beleza da cidade iluminada pelas diversas formas de luzes artificiais, Augustus queria e almejava a penumbra de um lugar mais calmo...
Chegado, Augustus se sentia intimidado. Ver aquela cena era contagiante e logo seria impossível não fazer uma careta de admiração pela total desconjuntura daqueles dois. O jeans apertado de Louis não impedia de pôr a mão no bolso. Olhava para Augustus e com um sorriso o velava... admirava o jeito que abra a porta, que girava a maçaneta e, ao pisar dentro de casa se tomou conta de que já estava apaixonado. Isso foi dito, palavra por palavra à Augustus que, mereceu um longo beijo de agradecimento. O sofá. O lugar dos enamorados. A única diferença é que não havia ninguém para os reparar. Isso era bom??
Saber das intenções de um para com o outro não amenizava a timidez, pelo contrário. A eterna dúvida de 'quem vai tomar a iniciativa' os importunava... mas os importunava até o ponto de soltarem uma risada sincronizada. Porém o sangue francês falou mais alto e, tomou a liberdade de balbuciar algumas palavras em sua língua natal. Augustus não entendera, mas vocês que não entenderam. Ao dizer que não havia entendido, aproximou o seu rosto da boca de Louis, meio que involuntariamente, e nisso, as mãos de Louis o puxaram para si e num beijo linear a pele já chamava a outra pele. A meia luz, o som calmo... Louis tirou a camisa e pediu para que deitasse em seu colo. Enrolava aquela mecha loira na tentativa de encaracolá-la sempre fitando seus olhos de crisântemo cor de mel. E se perdia naquele mar dourado. Se perdia e não fazia questão de ser salvo. A menos que fosse o próprio Louis que o pegasse e o levasse dali.
O desejo então falou mais alto. A cobiça de um pelo couro do outro se fez imensamente presente e, num súbito piscar de olhos ambos se enroscavam num abraço só, onde línguas já não tinham donos. Eram um só. A excitação de Louis excitava Augustus que excitava mais Louis. Seu corpo pegava fogo. Naquele momento descobrira então a palavra tesão.
Mesmo na cena dos corpos quase despidos, dos membros quase rijos, o romantismo se fez prevalecer ao toque de mãos... onde Augustus pediu com todo o carinho para que Louis subisse ao seu quarto com ele. As escadas.
No topo, Louis o desejava e o tinha em beijos e carícias quentes. Augustus sabia que ele era querido, mas Louis fazia questão de deixar bem claro a sua vontade. Queria Augustus. Sua boca, seus braços. Agora na cama vestidos da maneira mais pura que se possa imaginar. Era pele com pele e aquela fricção só parecia aumentar, se possível, a excitação e o desejo de um pelo outro. O sugava como num trago de um cigarro... do último cigarro da face de toda a Terra. Os gemidos o faziam quase explodir num gozo descomunal, fenomenal; mas Louis se continha para então guardar... prolongar. Augustus não sabia o que fazia. Digo, não sabia o que o seu corpo fazia pois agia naturalmente em resposta ao de Louis. Tomou então a palavra e, com vergonha, baixinho sussurrou para Louis que tivesse cuidado, paciência e carinho com ele pois, ele tinha medo. Virou um pouco a cabeça para o lado e sorriu dizendo que o amava, e que a demonstração disso seria nunca fazê-lo sentir dor alguma.
Augustus queria se dar por inteiro. Queria ser de alguém e que esse alguém fosse Louis. Num sexo natural, Louis foi então de encontro a Augustus onde sua primeira dor adulta fora sentida. Louis o tomou em suas mãos... tomou seu rosto em mãos e disse que se não quisesse, ainda o amaria. Augustus então decidiu. O beijou e enquanto, deu um suspiro e tomou a decisão de uma vez só. Aquilo assustou e deixou também Louis louco de tesão e, nesse rítmo a noite foi estendida.
Os gozos vinham por beijos, por amassos, por caricias e penetrações. A fome batia sempre nos intervalos e o romantismo aflorava nos mais singelos momentos.
Na varanda se sua casa, Louis o apresentou a sua confidente.
Nus naquela cena...

-Lua, esse aqui é o meu amor.

quarta-feira, 26 de março de 2008

The Prime Time Of Your Life


A grana está curta; o teu amigo te traiu; você está solteiro a mais de um ano e meio; na faculdade os trabalhos parecem se reproduzir como os grammilings; a promessa do carro que parece só ficar na promessa; os convites para as baladas só parecem vir para você do dia 15 do mês em diante, como se fosse uma tentativa de impedir que você não comparecesse; você não tem mais horário para durmir; você não tem mais horário para se exercitar; você não tem nem relógio porque ele foi roubado de você; o teu único refúgio do dia-a-dia massacrante e tedioso tem sido as tuas músicas e, saber disso te deixa deprimido; mais promessas; você finalmente se dá conta de que está chegando a hora: de ter mais responsabilidades, de ter mais juízo, de que atitudes sem pensar não mais poderão ser perdoadas pelo simples fato da sua idade, da sua fase; você ama quem não pode e quem gosta de você... aff, nem preciso terminar; o seu humor varia como a lua; o seu humor tem estado na maioria do tempo péssimo; as pessoas mais especiais de você se distanciaram não só fisicamente mas por transmissões de pensamentos também; siglas como fgts, fmi, idr ou as taxas que o banco impõe para poder descontar aquele mínimo dinheirinho na sua conta começam a te deixar com medo; pernalonga e patolino não te fazem mais sorrir porque você tem de mudar o canal para assistir o que está acontecendo no mundo, caso atualidades caiam na próxima prova de algum concurso federal; você não aguenta mais ser testado por pessoas e papéis; você começa a pensar na possibilidade de um complô, ou da existência de algum órgão internacional secreto que teime em prejudicar a sua vida porque a seqüência de erros não cometidos, mas acometidos durante os últimos dias tem surpreendido até as relevantes quedas monetetárias dos últimos períodos recentes; você não joga na mega-sena mas sonha taanto com aquele prêmio e, fantasia por horas o que faria com aquela grana toda... dai então percebe que já se foi uma hora e faltam 15 minutos para entregar o exercício ao professor de filosofia que, ainda por cima não vai nenhum pouco com a sua cara e que você ainda cisma que ele seja racista pelo fato dele sempre citar no mínimo 3 vezes situações que envolvam negros, anime-se.

Sabe o porque??

Porque você apenas tem o triplo e quase mais um da idade que você tinha quando imaginava em coisas que, passavam longe de coisas como vestibular, trabalho e dinheiro. E se isso acontecia, você quase que vivia em um conto de fábulas... onde até a canetinha parecia falar com você. Ou seja, você não vivia.

Por isso se isto e mais está acontecendo com você, anime-se

pois essa é a melhor época de sua vida.
*The prime time of your life é um dos singles do Daft Punk
Muito bom.


HuG

sexta-feira, 14 de março de 2008

Poema à vultuosa árvore inclinada que oscila na brisa do sol de verão(e como queria junto contigo oscilar como um só)

Fracassado eu não fui.
Tu não eras e nunca foi um prêmio a ser conquistado,
Ou um objetivo a ser alcançado.
Mesmo não tendo sido a razão para o teu sorriso,
Tenho no peito a sensação de dever-ser cumprido.
Tentei e fui à busca do teu amor.

Para mim não foi uma derrota não tê-lo enfim em meus braços
Pois parado e em enrustidos sentimentos não fui de acordo.
Disse-te que despiria minha alma e entregaria a ti.
Mesmo com todos os riscos, com prazer faria.
Podem me chamar de tolo ou então masoquista,
Mas a verdade é que não sei mentir para o meu eu.

Mas o que fazer se tuas expressões ainda me acanham,
E ao imaginar o teu possível surreal cheiro, me derrete em gozos mil?
Tenho agora a conscientização,
De tomar talvez a mais difícil decisão.
Se meu riso ou meu ser não podem ocupar o mesmo de outro,
Agora me abro para o horizonte.

E com um singelo sorriso sobre feridas possíveis que carregarei de ti em meu peito,
Prepararei e cuidarei bem mais do meu jardim
.


HuG