domingo, 30 de dezembro de 2007

Rew...


Olho no calendário e dificilmente acredito que um ano se passou. Jogando para a casa dos dias, foram trezentos e poucos multiplicados por horas em que eu fiz várias ações( e que sofri várias também). Se passou tão rápido nos momentos bons, e como eu pedi para que logo terminassem nas agonias.(penso que conforme a idade, a impressão é de rapidez... quando chegar o dia em que tiver a sensação de ter piscado e um ano inteiro ter se passado, minha hora certamente estará por vir).
Não posso reclamar desse ano, como diz a personificação da minha criatividade, ele foi intenso. Mas aquela tal reavaliação que eu faço de tempos em tempos diz que eu não fui um cara muito legal. Talvez nesse ano tenha superado o recorde de desculpas(de minha pessoa a...), de pedidos de desculpas(de alguma pessoa a mim), e o arrebatador número de arrependimentos por não ter feito, ou lamentações por ter feito. Se sabe que nada é do jeito que se deseja, mas com esforço, pode-se melhorar ou no entanto não fazer muita burrada. Mas no fundo sempre sinto como se nunca acertasse. Se me pediram conselho, sempre achava que não disse o suficiente. Pode ter sido isso mesmo ou talvez seja só eu não querendo acreditar nas palavras daquela pessoa que um dia me disse que eu me cobrava demais e que essa era a única coisa que eu deixava a desejar.
Não é possível voltar atrás, e ta tarde pra correr também , nisso, vou prestando atenção onde piso (assuntos mais pendentes), e assim vou seguindo.
Quem me dera se a resposta da felicidade estivesse em uma simpatia, ou em uma superstição.
Ou se fosse um simples brinquedo de papel possível de se ganhar de presente de natal.
Acontece que faz tempo que eu pedi, mas o meu papai noel não veio.
Deve ter morrido ou então felicidade é brinquedo que não tem.
Ouvia isso quando era criança, e adulto, virei a sua tradução viva.
A minha mania de deixar tudo para em cima da hora me fez escrever aqui as agonias que sinto. Poderia ter feito isso em outra hora, mas a sensação de esperança de possivelmente terminar o ano com um beijo que mudasse tudo o que aconteceu do pólo negativo para o positivo ainda me anima. E tenho certeza que sempre me animarão. Mas o dia 31 passa para o dia 1 como um domingo para uma segunda-feira.
Como já disse, não posso reclamar. Senti saudades, tive meu coração partido e colado várias vezes, fui alimentado por falsas esperanças mas no fim o mais importante, ri muito.
Por mais seco que eu possa ter aprendido a ser, ainda espero esse tal beijo que me faça levantar a perna esquerda para "entrar" no ano novo com o pé direito.
experimentei isso e não surto tanta diferença.
Enfim, entrando na contagiante euforia quase mundial por completo, penúltimo dia do ano.
Evito de fazer promessas porque não gosto de dever nada pra ninguém.
Mas caroço de romã e roupa branca(com detalhes metalizados) ta valendo.

A foto é do meu xará do RJ na versão surfista(e mini também)

Whatever, feliz ano novo para os que acreditam.
Para os do "contra", o mesmo HuG de sempre.

sábado, 22 de dezembro de 2007

VI

-Alô?
Depois da terceira ligação não atendida.
-Bom dia!
-É possível tê-lo antes de cinco horas de sono, sem contar com o fator cansaço...
(Augustus sabia quem ligava).
-Desculpas mas por pouco o reitor não nos manda para Paris, ele nos viu acordados e tivemos de dizer que estávamos de saída... então resolvemos ir para a praia. Vamos?
-Louis, eu não sou acostumado a esse ritmo de vida, sabe, agitado com pouco tempo de recuperação e muita disposição, estou cansado...
-Vamos... você poderá dormir quantas vezes quiser, e eu também, mas ter a companhia de pessoas de uma importância extrema, não terei tão cedo.
-Olha, a tua amizade está sendo de uma utilidade tremenda, vou me descobrindo, e a prova disso é que fiquei sabendo que chantagem psicológica antes das tais cinco horas de sono me convencem.
-Sou só sorrisos...
-Hum, sei que isso não foi um esforço.
Então as onze e pouco da manhã, os quatro se encontraram na mesma praça da noite passada.
De bermudas e chinelos, olharam o mesmo lugar. A luz era mais forte. O verão se fazia presente. Encontraram um lugar e sentaram-se a admirar a imensidão do mar. A maresia embaçava os óculos escuros de todos e era necessário limpá-lo de tempos em tempos. Augustus começara a desconfiar; ou era combinação, ou Claude e Maurice eram muito ligados, pois ambos os deixavam sozinhos até se fosse para comprar qualquer coisa.
Aproveitando a ocasião, Augustus e Louis trocavam idéias. A então citada “melhor amizade” na madrugada passada permitia que confidências viessem a tona, e Augustus se viu tendo alguém íntimo o bastante para se ter uma confiança. Segurança era o que definia o tom da voz de Louis.
A máquina fotográfica marcava momentos para toda a vida. Sorrisos, poses, mas as desprevenidas eram com certeza as melhores. Nessas, Louis tomou a câmera.
-Posso fazer uma coisa?
-Hum, que nem a de ontem a noite?

Ficara envergonhado, Louis.
-Pára, desde quando és tímido? Já disse que confio em você...
Num curto espaço de tempo após o fim da frase, de pé, Louis abraçou Augustus... Um abraço de urso, daqueles que faz com que a pessoa abraçada ponha a cabeça sobre quem inicia a ação. Estendeu a mão e fotografou o momento.
Uma overdose de hormônios fizera Augustus fechar os olhos... Ambos estavam sem camisa. Era pele com pele. Ainda não havia tido contato assim. A pele de Louis era macia, coberta de uma pelagem branca e fina, como uma penugem. O cheiro não precisa ser dito que era de um perfume francês, era bom, era amadeirado, fazendo com que Augustus cada vez mais se desse razão de que o que havia nos olhos de Louis eram mesmo crisântemos cor de mel. Não sabia mais o que pensar, então não pensara mais em nada. Mas como? A brisa o arrepiava e ele pedia que um só segundo por um único só momento virassem uma eternidade. Louis ao fotografá-los, não olhou para a câmera, mas encostou o rosto no de Augustus também. Fora um segundo de êxtase. Um segundo em que as suas dúvidas se multiplicaram por um milhão. Mas então ele se deu conta de que era bom ter dúvidas, estimulava decisões, e era um sinal de que estava enfrentando a vida em si. Era a primeira vez que se sentia vivo. A primeira vez que não sabia o que iria acontecer. Totalmente fora da rotina, o então segundo os separaram com Louis o olhando com um sorriso.
-Essa aqui é um presente meu para você, e de você para mim. O primeiro por eu ter tido a idéia, e o segundo por você ter permitido.
O cansaço já havia sido esquecido nessas horas. Maurice e Claude caminhavam pela praia sem camisa enquanto Augustus sentado sobre uma toalha admirava Louis que vestia a malha de surf. A cada segundo ele aproveitava para dar um sorriso a Augustus. Fora sozinho para o mar e depois de um tempo, já havia feito amizade com 3 outros surfistas. Apontava do longe para Augustus, de modo para mostrar com quem ele estava... era incrível, em nenhum momento Augustus era esquecido. Aquilo alimentava ainda mais as engenhocas em sua cabeça. Poderia mesmo existir pessoa tão sociável assim... Se era o sorriso ele não sabia, mas Louis era cativante. Será amizade ou seria uma atração... Será mesmo? Não via nenhum problema nisso, na verdade a sua estranheza era por não saber ao certo o que era, e ele não teria coragem de perguntar com medo de afugentar Louis. Preferia a eterna dúvida do que possivelmente perder aquela amizade ou só contrariá-lo.
Ainda se tinha uma “meia tarde” mas por terem saído e ainda não terem descansado, os quatro resolveram ir embora. O mesmo esquema fora feito, primeiro Augustus fora deixado, nessa, convidou os três para descansarem em sua casa, assistir a filmes; Claude e Maurice disseram que teriam de ir pois estavam muito cansados, Louis só o olhava com aqueles olhos grandes e vermelhos pelo sal do mar, o olhava com uma expressão de esforço para tentar criar uma conexão telepática para que somente Augustus soubesse a enorme vontade que ele estava. Os olhos pidões foram substituídos por um enorme sorriso quando Augustus...
-Você Louis, fica, por favor, não quero ficar só esta tarde.
-Fico sim.
Sem tentar demonstrar a enorme alegria, se despediu dos amigos que rumaram o distante até sumirem de vez a vista. O domingo era quente mas calmo e tranqüilo. Mesmo com o costume que se tem de descansar nesse dia, a maioria dos vizinhos de Augustus haviam viajado, por isso o silêncio parecia fazer barulho de tão evidente que era.

O convidou para entrar, ainda tímido, mas se esforçava para ser um anfitrião ao quanto Louis merecia. Subiram juntos para o seu quarto. Louis sentou a beira da cama enquanto Augustus pegava uma toalha e uma roupa seca para que depois de tirar o sal do corpo, pudesse vestir.
-Te espero lá em baixo.
-Sim.
Depois de um minuto, o som do chuveiro o provocou sorrisos. Um certo contentamento por não está só e também excitação ao pensar em Louis nu. Mas o último logo passou.
Na cozinha, ao pegar o sorvete , Augustus pensava, digamos que na essência de tudo, a sua permissão com Louis. Quer dizer, se ele não fosse tão simpático, isso não estaria acontecendo. E o que o surpreendia era essa tal permissão, esse desembaraço que ele não sabia de onde estava vindo. Aquilo persistia em sua mente, até que olhara para o lado e vira Louis o olhando encostado na porta.
-Você me assustou...
-Me desculpe. Ah, você se importa que eu fique de toalhas? Estou com as costas queimadas por isso com calor...
-Imagina, vou ligar o termostato e por no máximo, quer dizer, no mínimo.
-Não se incomode comigo, Augustus, não estou aqui para lhe dar trabalho.
-Vou pressionar e girar um botão creio que não vá perder meia caloria por isso... leva o sorvete pra sala que eu já to indo...
Augustus pensava de onde eu tirei isso??
Na sala, se surpreendeu ao ver Louis tomar sorvete, como uma criança, se lambuzava todo. Era de provocar risos.
-Você não me esperou??
-Oh, me desculpe, pardón, je sui...
-Calma, eu tava brincando com você... tah tudo bem. Eu tenho de medir as minhas palavras com você, as vezes me esqueço que você é estrangeiro. Desculpas.
-Não peça...
O fim de tarde passava, e eles tomando sorvete e assistindo a uma bateria de desenhos animados onde provocavam risos e pediam olhares entre os dois. O anoitecer e o diminuir da temperatura fizera Luis pedir para Augustus que deitasse de bruços em seu colo, pois a pele estava ardendo, então se ofereceu para passar um pouco de hidratante, que foi aceito por Louis na mesma hora. A pele era macia então Augustus imaginava o quanto o sol a maltratou, fazia cara feia ao pensar na possível dor e tentava ser o mais delicado possível. Augustus não estava em uma posição confortável, ao contrário de Louis que com o cair da noite, seus olhos pesaram e ele dormiu no colo de Augustus. Não sabia o que fazer, se o acordava pois desconhecia se ele teria um horário a cumprir, ou se ficava com as dores nas costas, porém tendo Louis da forma mais inocente possível para um ser humano adulto; adormecido.
Optou pelo mais inteligente; velava o seu sono como se ele o pertencesse. Com medo de que o perdesse. Velou o seu sono por mais de uma hora, até que Louis quis trocar de posição e acordou. Se deu conta de que estava no colo de Augustus e pediu desculpas. Augustus sorriu para ele e disse que foi um prazer. Aproveitou e perguntou se ele teria horário para voltar e se acalmou ao descobrir que não. Louis perguntara se ele se ocuparia mais tarde ou se ele teria de ir embora, pois não queria incomodar, Augustus repetiu de que ficaria só em casa por mais de um mês, então...
-Posso descansar um pouco na sua cama, estou muito cansado.
-Claro que pode, no meu quarto, você já sabe onde é?
-Não muito bem...
-Eu guio você...
Ao subir as escadas, Louis estava cambaleante de cansaço e sono, então Augustus passou o seu braço em volta de seu pescoço para ajudá-lo. Ao entrar no quarto, Louis tomou o braço de Augustus e segurou a sua mão agradecendo não só por ele estar sendo maravilhoso com ele, mas principalmente por ele ter aparecido na sua vida.
Ficara sem graça, e tentara dar uma resposta, até que Louis o interrompeu.
-Dorme comigo, o hidratante me resfriou e quero muito a sua companhia, por favor, só durma comigo...
A resposta veio com o sacudir da cabeça para cima e para baixo. Louis o tomou pela mão e com a outra, Augustus desligava as luzes. A penumbra vinha da lua, que estava em sua melhor fase, que espiava os dois pela janela de vidro. Louis deitou a cabeça no peito de Augustus e o envolto com um braço. A respiração ofegante logo se acalmou, e o silêncio daquela inocência embalou o sono de Augustus.

quarta-feira, 21 de novembro de 2007

Aqui jaz parte de mim.


A minha meta era continuar a escrever ineterruptamente o meu romance. Digo um romance porque não sei mesmo quantos capítulos terá. Mas o que em minha vida que eu continuo? Tudo em mim é interminável. Enfim, não caindo muito para a auto-difamação, o motivo real desse post é o tal saudosismo que estou tendo. Criei esse blog por 2 motivos, o 1º por minha melhor amiga ter pedido a mim, e o segundo, por eu estar morando só em outra cidade, então como forma de desabafo, escreveria aqui. Funcionou bastante. Eram e são crônicas verdadeiras e cotidianas. Escrevo para desabafar, não com a esperança de que leiam isso e me mandem uma sugestão ou um elogio. Na verdade me sinto mais confortável assim.
Depois de 10 meses morando só em outra cidade, por motivos financeiros(coloco a culpa neles para ressaltar a minha enorme vontade de ficar aqui), retorno a Macapá. É incrível, eu não consigo, ou não me permito por isso na cabeça, e exatamente nessa madrugada, depois de tomar mais de 7 comprimidos para corisa e febre, não consigo imaginar passando o fim de semana, ou um feriado prolongado, ou sem minhas caminhadas de sexta-feira pela Marquês de Herval.
Tanta coisa simples eu fazia que vão ficar guardadas em mim como tesouros. A ingênua sensação de morar só, de ser responsável será a chave do baú onde guardarei todas essas lembranças.
Pra mim, saudades são o tipo de sentimentos mais sinceros que o próprio amor. Não dá para serem ocultados, ou fingidos... você simplesmente se pega triste, e depois de imaginar todo o imaginável, se dá conta da última opção. Saudades.
A experiência de ter morado só me fez crescer, me sinto mais centrado por saber como sou e o que quero. E descobri que quero viver a minha vida. Não sou aquele tipo de carinha de amizades espontâneas, minha timidez não permite que eu sorria para as paredes, mas sou sociável, e as pessoas que conheço, geralmente não perdem o contato comigo. Hoje tive uma surpresa, depois de ter acordado da minha febre, resolvi ir a farmácia. Ao abrir a porta, um bilhete cai aos meus pés, um amigo havia supostamente vindo me visitar, mas como supostamente eu não estava, ele deixou o bilhete. Não nos falamos há mais de 3 meses, mas ele se lembrou de mim. Pra mim despedidas são como morte. Já vi muito em filmes, e presenciar... uma ou duas vezes. A comparação se deve pela coincidência das pessoas. Amigos, familiares e até ex-namorados reaparecem do nada para uma simples visitinha. Ligações e mensagens mandado lembranças... essas coisas.
No fundo sei que a culpa foi minha. Sim. Eu poderia sim continuar aqui, mas eu não consigo mais persistir, insistir... sozinho é mais difícil, e eu admito isso não como um perdedor, mas um carinha que tentou e conseguiu um dos maiores presentes que a vida poderia ter dado aos seus poucos 18 anos, o reconhecimento não dos outros, mas da família, que já me tem como membro adulto.
Enfim, pensei em fazer uma crônica bem criativa, ressaltando o que mais sentiria falta aqui, mas saudades e os remédios me deixaram seco. Saudades de Belém e da anika, que há anos não mais nos falamos.
Aqui me despeço como o blog de um carinha de 18 anos, morando só em Belém do Pará. Ficarei um tempo sem postar pois terei de cuidar da mudança e também mais um fim de ano me preparando psicologicamente para o vestibular. O que me anima, é que pelo menos vou viajar em janeiro e em julho. Aproveitando o assunto, sorte pro Arnon.


HuG

quinta-feira, 1 de novembro de 2007

V

Tentar enxergar a tal linha imaginária tornava o andar mais complicado ainda. Uma tequila para cada e cervejas(sabe-se lá quantas) até a hora de sair tinham batizado a todos... Resolveram não pedir a ajuda de Carlos e tomaram um táxi qualquer... Pararam em frente a boate da noite passada, mas resolveram seguir.
-Topa seguir-nos, Algustus?
- com vocês!
Talvez Louis tenha escutado o que tanto queria ouvir... Pelo menos o sorriso daquela hora demonstrava isso...
Sussurrou algo ao pé do ouvido do motorista e o táxi mudou de rumo, mas indo a um destino certo.
Enfim parado... passou por vários carros estacionados... Levaram quinze minutos para chegaram na frente da boate. A filá tripla já estava virando quádrupla.
Marrice e Claude não deixaram Algustus sequer tirar a carteira...
Na frente da boate sem nome... quer dizer, havia uma sigla de três letras. Devia ser boa, pois havia muitas pessoas em frente, todas olhando os quatro rapazes com muita atenção.
Marrice cochichou para Loius que logo disse para ele não se preocupar...
O assunto era que logo a frente, estavam pedindo identificação, e Algustus era o único que era de menor idade.
Marrice, Claude; Loius comprou duas entradas. Até ai tudo bem...
Na hora de entrar, ao pé do ouvido de Algustus, Louis disse;
-Confia em mim?
-Claro... porque a pergunta?
-Nunca faria nada pra te fazer mal...
Dito isso, a vez de Algustus entrar... fora pedido documentos, o então porre parece ter sumido de repente
"droga, será que vou estragar a noite dos meninos... porra..."
Antes da ação, um aperto de leve na cintura de Algustus...
-Ele está comigo!
Louis disse o agarrando pela cintura e o trazendo para perto de si.
Já não se sentia confortável... quer dizer, sabia que aquela tática era para desviar a atenção do segurança e então não pedir a documentação de Algustus... mas pelo fato dos fatos passados...
passados não... fatos recentes, Algustus já não tinha certeza das intenções daquela situação...
E a essas horas... o álcool já havia evaporado por suspiros profundos e suor gelado.
-Sua documentação senhor( dito a Louis)
-Aqui...
Depois disso, dentro da boate os dois esperavam por Algustus e Louis.
Louis não parecia e estar bem.
Era para Algustus estar aparentando algo de diferente, mas se sentiu na orbrigação de perguntar.
-O que houve?
-Algustus me desculpe... eu pude sentir o quanto você ficou desconcertado com a minha atitude... a última coisa que eu queria era deixar-te constrangido...
-Ta tudo bem.
E então sorriu para Louis.
-Mesmo? Olha, se você não quiser mais a minha amizade, eu vou entender...
-Vocês de Paris são sempre assim tão... tão...
As palavras faltaram, mas sorrisos as substituíram no momento certo.
-Vamos dançar.
Let Me Think About It de Ida Corr tocava na pista agitada... Uma batida que fazia o coração bater no ritmo.
Com as garrafas em mãos, se dirigiram ao meio da pista... estava quente... estavam suando... mas o som estava bom.
A luz que cegava junto com o laser que deixava os movimentos de todos como em câmera lenta, empolgavam todos ainda mais...
Algustus como já havia perdido o porre, resolveu olha em volta o ambiente...
Logo atrás, um homem sem camisa com um penteado moicano dançava... Achou irreverente, no mínimo diferente... Só até quando contou uns 5 dançarinos ao todo na boate. Havia um palco, e também homens e mulheres se beijando. Homens sem camisa mostrando seu enormes corpos... Era uma boate gay.
Por um momento perdeu o ritmo da música em seus pés. Noutro, sentiu-se excitado, por fazer algo que... pode ser considerado proibido... Louis o observava com um sorriso no rosto.
-Então você descobriu?
-Que isso é uma boate gay... acho que sim...
-(risos)Essa boate é uma das melhores do país... terceira no ranking, pelos deejays que se apresentam aqui e pelas músicas... Fica tranquilo, você tá comigo...
-Taabom.
Electric Junkies e um esbarrão do cara de olhos azuis em Algustus...
passou o encarando junto com um sorriso...
Algustus riu e Louis bufou de raiva.
-O que foi? Isso é engraçado pra mim... quer dizer, acabei de ser assediado com os olhos...
-Não gostei do jeito que ele te olhou.
-E lá vamos nós!( Marrice para Claude)
-Calma, ele só me olhou, ciumes?
Algustus nem se dava conta do poder das palavras que dizia...
-Vem Louis, vem dançar comigo... essa música é muito legal...
Micromania... a batida pedia um balanço em cima e em baixo... fora a letra que é extremamente pornográfica...
O cabelo de Louis era um pouco grande, o suor já o estava deixando húmido...
Watch Out os embalaram até altas horas da madrugada...
O calor e o cansaço de uma madrugada dançante sem paradas o fizeram sair as 5 e pouco da madrugada...
Algustus se assustou ao ver a hora, Louis e os outros logo se preocuparam se ele teria horário para chegar, mas ele só havia se espantado com a rapidez... estava tudo tão legal...
-E então Algustus, Louis disse que você já veio aqui...
-Eu? como assim?
Louis ficou sem graça, mas isso foi depois do beliscão em Marrice.
-Desculpas Algustus, é que eles queriam uma certeza de que o lugar não seria como se diz aqui, uma "roubada"... eu já havia pesquisado e tinha certeza que seria bom...
-Na próxima vez me avise antes...
Louis olhou para baixo com vergonha, mas levou um beliscão de Algustus e tudo ficou bem novamente...
Ainda com uns cigarros, tomaram um táxi e se arriscaram em uma aventura as cinco e meia da manhã...
Foram até a frente da cidade que era banhada pelo mar e assistiram ao nascer do sol...
A brisa gelada com um ponto de luz no horizonte parecia pedir um abraço ou qualquer demonstração de carinho próxima naquele momento. Pedia pele com pele, boca com boca...
Marrice e Claude se distanciaram para lavar os pés no mar...
-O bom de viajar é a incerteza...
-Porque diz isso?
-Ah, quem poderia me dizer que em outro país poderia encontrar pessoa tão legal quanto você...
Quer dizer, você é totalmente imprevisível, indecifrável... e eu, extremamente curioso e persistente... Acho que encontrei um parceiro...
Algustus riu contente...
-Eu não tenho um amigo, como constumam dizer, um " melhor amigo"... sempre fui solitário, o que eu sei e o que eu sou, aprendi só...
-Que triste Algustus, mas eu estou aqui...
-Que bom ...
-E posso te ensinar algo? Para que não mais se esqueça de mim?
-Tah...
-É uma atitude parisiense... um costume...
-Tah me deixando com medo...
Então Louis pegou Algustus pelos rosto, o aproximou e beijou a sua testa...
-Na minha família, beijamos os entes queridos na testa, para demonstrar que o queremos sempre por perto e bem... por isso, sempre que passarmos um tempo sem nos vermos, e quando nos revermos, beijarei tua testa como prova de que te quero sempre bem e perto de mim.
Aquilo o emocionou... anestesiado nem sei se é o termo exato para oque ele sentia. O sol iluminava um sorriso talvez nunca dado por Algustus... O brilho em seus olhos cor de mel( pela luz os castanhos viraram mel) olhavam Louis com um carinho bastante especial, até que se destraiu com um casal de senhores que estavam passando pela orla praticando corrida.
-Bem, é hora de irmos... mas nos veremos pela tarde, lembra... quero conhecer o teu lugar predileto...
-Claro, quando eu acordar eu ligarei para você.
-Não, eu ligarei.
Sorrisos trocados, um táxi tomado... a brisa ainda era gelada quando rumo a casa de Algustus, falavam e riam sobre a noite passada.
Dessa vez, Algustus fora mais rápido e conseguiu pagar a sua parte da corrida que por ser tarde, era bandeira dois. Despediu-se de Marrice e Claude. Louis desceu do carro e o abraçou.
-Até mais tarde?
-Até!
O carro se afastava e Algustus já não sabia mais o que pensar... Em frente ao espelho percebera o sorriso bobo que carregava em sua face. Porque? A sensação de ter uma pessoa próxima, a presença e o fato de pensar em Louis o fazia querer contar os seus segredos mais íntimos... uma sensação de confiança extrema...
-Acho que ganhei um melhor amigo.



segunda-feira, 22 de outubro de 2007

IV

O gosto fermetado terminou de acordá-lo. A aparência não entregava, visto que tudo estava fechado e ele estava em uma escuridão só, mas o relógio acusava as 16h da tarde. Algustus descobrira pela prática o quanto o álcool resseca o corpo, atravessando a casa cambaleante atraz de água. Viu que aquela morrinha só passaria com um belo banho. Dessa vez uma ducha fria. A respiração e os batimentos aceleravam mais. A água que escorria pelo seu corpo, trazia as lembranças da noite passada, de como havia entrado na boate, da sensação do drink de Loius nas costas... Loius... "será que ele vai ligar?". Essa dúvida não chegou a perturba-lo, mas renderam longos minutos de água pelo ralo.
Enrrolado a toalha na cintura, com os cabelos molhados desceu até a cozinha. Já havia repudiado oficilamente a comida congelada, mas esse era um caso raro, visto que era nele que o estômago insistia em fazer-se presente.

Sentado no sofá com as pernas abertas, Algustus sorriu adimitindo que a fantasia garal dos homens é comer sem roupa assistindo televisão.
Após a refeição não tão saudável, lembrara subtamente que Cassandra poderia ligar, então subiu as escadas para pegar o seu celular. Na volta. o colocou sob a mesa e deitou-se no sofá agora assistindo um documentário sobre a mitologia grega. Algustus gostava muito das histórias, a complexidade das histórias o faziam crer que aquilo existiu um dia. "Segundo a mitologia grega, as almas gêmeas existiam desde os tempos em que Vênus e Eros criaram o amor e a harmonia.
Tudo começou no Olimpo ha muitos milênios atrás, quando a civilização era habitada por seres míticos, que possuiam quatro braços, quatro pernas, duas cabeças, dois troncos, sendo um feminino e outro masculino, masculino e masculino, feminino e feminino, mas com apenas uma alma, rica em harmonia e amor.
Os Deuses, com inveja da "sintonia" entre almas dos míticos, ficaram enfurecidos e assim começou uma grande batalha. Utilizaram como armas uma duradoura chuva com trovões e relâmpagos. Vênus e Eros tentaram impedir esta guerra, mas não obtiveram sucesso. Os relâmpagos atingiam os seres de uma forma brutal, separando os corpos em dois e também suas almas ao meio.
Nesta confusão, estes corpos foram arrastados pelas águas, e assim se perderam uns dos outros, ficando sozinhos mas sobrevivendo. Foram dois dias e duas noites de fúria dos deuses, e ao término da batalha, cada ser separado iniciou a busca de sua outra metade, a sua "Alma Gêmea
".

O intervalo o possibilitou de mudar a posição da cabeça. Olhava distante ao pensar no que ele ouviu. Pensava como o mundo seria mais simples se as pessoas entendessem. Pensava enquanto seu olhos lentamente iam se fechando...
Um zumbido tornava-se frequente até conseguir despertar Algustus que dormia...
Se deu conta de que era o celular poucos segundos antes da ligação se perder...
Tomou o celular meio que sem vontade, pensando que fosse Cassandra. Uma voz grave do outro lado da linha.
-Algustus?
-Sim.
-Ser Louis. Como está? Encomodo?
-Não, não... tô bem... e você?
-Bem, você estava dormindo?
-Tava, não. Tava só cochilando. Pensei que não ias ligar.
-Só estava bêbado. Podemos sair hoje? Não conheço a cidade direiro.
-Eu também não Louis...
-Ótimo, serão dois com em único golpe. As nove?
-Estarei pronto.
-Au revoir.
-Tchau.
Deito-se novamente. Aquilo tudo estava sendo novo, quer dizer, Algustus era tímido mas era sociável, falava, comprimentava todos quando necessário e tinha uma amizade com Fábio e Diogo, mas sair pela noite e fazer uma amizade tão expontânea assim lhe causava um pouco de frio na barriga. E isso era bom. Era um fim de tarde mas era de um verão... o calor o fizera suar. Passava a mão no peito úmido enquanto olhava as suas pernas, a toalha já não cobria mais nada.
Olhava seu corpo nú. Algustus já havia tido o seu primeiro beijo, com a prima de Diogo aos 14 anos, mas ainda era virgem.
Nessa besteira de cochilo e de sonhar acordado já se passaram algumas horas e num súbto despertar Algustus subiu para tomar um banho e se trocar.
Louis era parisiense. Tinha 18 anos e fazia faculdade de jornalismo. Era um loiro de um metro e oitenta e cinco de altura. Um corpo moldado pela diária hipertrofia provocada pelas horas na academia. Tinha olhos de um verde como vidro corado, com alguns raios cor de mel, como um crisântemo com as pétalas mais longas e finas. Sua barba vinha até o pescoço e era de um ruivo gracioso. Por isso a mantinha cerrada ou bem feita. Seu nariz era aquilino. Em uma pensão, com o supervisor de seu curso e mais vinte alunos, Loius estava hospedado. Havia tido sorte pois Marrice e Claude puderam vir nesse intercâmbio com ele. Eram inseparáveis. Não amigos, cúmplices, Marrice deixava isso bem claro. Sempre riam disso.
Louis não havia dito que o supervisor havia deixado claro que se eles saisses, teriam de voltar antes da meia-noite. Ele faria como na noite passada, pediria cobertura para uma das camareiras que não via como dizer não a aqueles belos rapazes, um loiro, outro com cabelos negros e um com a pela amorenada, todos europeus.
As 21h Louis ligou para Algustus e eles se encontraram então na praça central da cidade. Estava tudo movimentado, lembrando de que era a noite de um sábado. Foram feitas as apresentações, risos a parte. Como Algustus também não conhecia a noite, resolveu pedia ajuda novamente a Carlos, o motorista da noite passada.
-15 minutos. Tudo bem?
-Claro.
Trocados alguns olhares, Marrice e Claude foram procurar cigarros. Logo perto havia um daqueles bancos de praça perto de um poste com a luz desligada. Como só o que iluminava era a meia luz dos postes próximos, tudo se resumia a uma leve penumbra. Quase de tom sépia.
Sentados, Louis e Algustus, o último olhou para o lado depois de um tempo, e viu sendo olhado fixamente.
-O que foi, meu rosto está sujo?
-Não, Algustus, apesar da pouca luz, o teu rosto tem uma claridade própria. Seria impossível de tirar uma foto legivel agora aqui, mas posso ver cada sombreado do teu rosto... Desculpas, faço jornalismo e aprendi a desenvolver o meu senso crítico.
Algustus ficara tímido.
-Pelo menos foi uma crítica boa.
Um singelo sorriso.
-Pensei que tivesse de dar bebida a você para que pudesse ver novamente o teu sorriso.
O sorriso se abriu de vez.
-Amanhã você estará ocupado?
-Não. não. Tô de férias.
-Ótimo. Preciso que me leve ao seu lugar predileto. Quero tirar umas fotos.
-Como sabes se tenho um lugar assim?
-Sinseridade...(então Loius aproximou o rosto do de Algustus de modo que o último mantesse um movimento quase vibratório de seus olhos em direção a sua boca e aos seus olhos o deixando em uma dúvida insuportável...) alguém com um sorriso dessa beleza pode ter qualquer coisa, e não me adimiraria se tivesse um mundo só seu.
Algustus virou o rosto envergonhado. Seu coração batia tão forte que não disfarçou a mão no peito para tentar abafar o barulho que para ele era ensurdecedor.
-Tem um lugar que gosto de ir, fica em uma...
Então Louis pôs na frente dos lábios de algustus, quase tocando, seus dois dedos... A respiração de algustus era quente...
-Não diga. Confio em você.
Claude gritou e então os dois se levantaram rumo ao carro. Pensava em tudo o que havia acontecido. Isso agora começava a perturba-lo. Estava tudo sendo muito intenso, como o mês de outubro era para ele. Pensava em ir embora
-Você quer?
Louis havia lhe oferecido pastinhas. Ele aceitou e pôs na boca.
Olhou para Louis que logo lhe respondeu com um sorriso. As balas eram cítricas, pra ser mais preciso, de laranjas. Se esse era um tipo de sinal para que ele não fosse, havia funcionado.
Algustus fora na frente. Conversaram e resolveram ir para um bar até que pudesse ser tarde o bastante para se ir a uma boate. Louis queria dançar novamente.
Na mesa para quatro, uma rodada de tequila para celar as surpresas da vida.
Descia rasgando em Algustus, e todos riram ao vê-lo se abanar por efeito do 1° estágio da bebida. Ficara sem graça, então Louis pusera o braço em seus ombros.
-Está tudo bem.
Se era a bebida ou não, não importava. Se sentia protegido. A sensação calorosa que os três e o próprio ambiente lhe causava era boa demais para ser desperdiçada por medos de incertezas.
O bar Lumina trazia uma decoração diferenciada. Em vez de luzes no teto, cada mesa (de muitas) tinha uma própria luminária em forma de bola que emanava uma fuz fosca, que pendia de longos fios que vinham do teto. As luminárias ficavam a um metro da mesa, dando calor ao clima na mesa, fazendo Algustus se soltar.
A fumaça iluminada e Portishead em surround envolviam a mesa. Podia-se imaginar muitas coisas, assitindo ao balé que a brisa a obrigava dançar. Algustus não gostava de cigarros, na verdade não gostava dos de Cassandra, o qual cada baforada vinha carregada de tudo, menos de coisas boas; bem diferente daquela fumaça na mesa, que trazia calor, risos e mais risos.
Na brincadeira de cada um falar um pouco de si, Claude e Marrice se puseram a frente da responsabilidade de apresentar Algustus a sua própria cidade.
-Acredite Algustus, não é uma de minhas van filosofias alcoólicas...
-Acredite Algustus, ele é bom nessa última ciência...
Louis o interrompeu dando pausa para gargalhadas...
-Enfim... costumo dizer que o dia tem suas belezas, mas se prestares atenção, a luz que nos ilumina é tão distante... traz histórias tristes daqueles que tentaram alcança-la... já a noite (Claude tocou a iluminária com a mão) ela se faz presente e tão próxima como se quisesse ser tocada...
Marrice puxou palmas e no fim todos riram.
Uma, duas três horas se passaram. Podiam até ficar ali, mas tinha-se muito a acontecer. Palavras de Louis depois de olhar Marrice, Claude e por fim Algustus.

quinta-feira, 27 de setembro de 2007

III

A bebida diurético o fizera sentir vontade de ir ao banheiro. Olhou para frente e viu dois bonequinhos, um rosa e um azul(ambos com chifres, vale ressaltar) que lhe indicavam o caminho. Olhar aquela pista cheia de cima não o motivava nenhum pouco, visto que se não fosse a dor na bexiga, deixaria para depois. Com a garrafa pela metade na mão, seguiu em direção as escadas. Estava tonto, mas tivera a certeza de que uma música já havia passado e ele somente estava no meio da pista. Era difícil passar, e não era o único a enfrentar o sufoco de uma bexiga apertada. Um homem barrigudo, daqueles que exibe as esposas, namoradas, putas seja lá o que sejam, se emputeceu(puta, emputeceu... enfim!) e empurrara um rapaz que segurava um drink. Para a sorte desastrada de Algustus, aquela bebida escorria por suas costas quentes. Estava gelada, mas para as costas dele, pareciam punhais a rasgarem-na. Se contorcera e fizera uma cara de dor.
-Pardon! Je suis vraiment désolé. Desculpe-me!
O pobre rapaz parecia ter assumido a culpa dele por estar com aquele drink e do barrigudo por ter nascido ignorante. Franziu a testa e olhara Algustus como se assumisse a culpa de todos naquela boate seja lá por quais motivos. Algustus deixara pra lá. Não por estar bêbado, mas sabia que aquilo fazia parte. Poderia ter a expressão fechada, mas Algustus era todo pacífico.
-Tá tudo bem. Relaxa.
Aquela agonia gelada só almentava a sua vontade de urinar. Chegara a lagrimar quando terminou. O alívio quase lhe fizera suspirar, mas Algustus o deteve. A mancha molhada já não ardia mais. Já estava um pouco suado, então não faria tanta diferença agora.
De frente para o espelho e enxugando as mãos, Algustus não pode deixar de reparar no forte sotaque do loiro que insistia em se desculpar pela bebida.
-Você veio aqui só para se desculpar?
-Sim.
-Se merecias um castigo, já o tiveras enfrentando essa multidão de gente.
Riram. Estendeu a mão e se apresentara como Louis.
Perguntara mais duas vezes se estaria mesmo bem antes de Algustus voltar para o camarote. Olhou para trás e levantara o polegar em resposta a aquele olhar preocupado. E lá se afastava a mancha nas costas de Algustus, se perdendo pela multidão.
Abriu mais uma cerveja se lembrando do episódio recente. E arriscara uma gargalhada solítária ao ver que havia um banheiro vip há menos de três metros de sua mesa.
Já eram três e vinte e dois e a pista agora começava, vagarosamente a esvaziar. Seu balde já era quase todo água. As garrafas vazias formavam uma fileira na mesa.
-Mais uma e eu vou embora.
Algustus se referia a música. Logo se deu conta que a batida trazia consigo "One more time" do Daft Punk, banda que ele tanto gostava. Fechou os olhos e, participou da dublagem coletiva.
A noite não poderia ter sido melhor, ou se sim, o álcool o impedia de ter imaginado como.
Terminada, como prometido, Algustus ruma em direção a escada. Um pouco difícil de ir até a saída, não por estar lotada, mas é que caminhar cruzando as pernas, torna-se uma tarefa para experiêntes.
A noite resfriara a brisa mesmo sendo início de verão.
Pegou o celular, e coçando a cabeça, tentava encontrar o número do motorista na agenda
-Posso ajudar-te?
Uma voz grave ditou isso por cima do seu ombro. Disfarçando o arrepio, virou-se rapidamente e vira que era Louis.
-E ai guri? Tudo bem?
-Tudo. E com você?
-Ainda.
O sorriso de Louis o lembrara do episódio, e a então tontura fizera rir do que havia acontecido, contagiando Louis.
Louis reclamara de cansaço, então Algustus o convidou para sentar-se ao seu lado em um canteiro do outro lado da rua. Enquanto na batalha para encontrar o numero do taxista, a conversa se desenrolava facilmente. Quando não era Louis, Algustus mesmo puxava assunto, e ambos não reparavam no tempo que passava.
-Perdoe-me, mas creio estar te segurando aqui... Não se sinta preso, podes ir quando quiseres.
-Não cara, imagina. tentando achar o número do motorista, mas tá difícil.
Algustus ao ter puxado o jeans para sentar, não reparou no que o seu bolso havia cuspido. A penas uma ponta de um papel que fora visto por Louis.
- Não seria isso aqui?
-Nossa, que pateta que eu sou. E tava procurando há um tempão na agenda!
-Pateta, não!
-Desculpa perguntar, mas de onde és?
-O sotaque entrega-me?
-Também, mas o que mais chamou a atenção é que falas muito certinho...
-Paris. Participo de um intercâmbio escolar. Em meu colégio, os alunos que falam alguma língua fluentemente, tem o direito de visitar o país de origem.
-Ah, legal. Então tenho até o fim do intercâmbio para te ensinar a falar errado como eu.
Algustus não fazia a mínima idéia de onde saíra tanta espontaneidade. Poderia até ser pelo álcool, mas que o estava ajudando bastante estava, pois além de prolongar a conversa, provocava sorrisos a toa em Louis, que se não fosse pela noite, Algustus teria a certeza de que tratava de um reflexo do sol.
A chegada do motorista trazia junto a lembrança do seu nome, e também o término da conversa que passava de uma hora. Louis guardava o seu número, e um longo abraço (Louis também havia bebido) encerrava a despedida.
Entrara no carro. Louis acendera um cigarro. Agora Louis, a fumaça de seu Marlboro e a boate ficavam para trás.
Algustus não pensava em nada, somente sentia a gostosa brisa gelada em seu ser.
Estava do jeito que imaginara. Do jeito que queria.
-Era um amigo seu?
-Hã? Ah! Sim. Sei lá... Ele derramou bebida em mim e tava se desculpando.
Carlos olhara Algustus por uns segundos a mais pelo morcego do carro. Viu que passava a mão na cabeça tentando enxergar as oras... Sua tentativa foi em vão então resolveu encostar a cabeça que agora estava toda descabelada.
Sorriu e voltou a sua atenção a rua.
Carlos esperou dentro do carro Algustus entrar.
Passara pela porta. Ligara o alarme. Checou as fechaduras e subira as escadas.
Ao cochilar, babuciou o nome de Louis por 3 vezes.
As roupas ficaram aos pés da cama, onde Algustus dormia um sono merecido.

quarta-feira, 26 de setembro de 2007

II

Terminado as sei lá quantas voltas, visto que estava tão distante que até esquecera de contas as voltas, mas sabia que eram bastantes pois o deixara cansado, sentou a beira da piscina e, balançando os pés n'água não podia esconder a sua ansiedade em sair. Dava-lhe uma sensação de liberdade. Sentia-se como um completo homem por sentir que cumprira as suas obrigações semanais e, ao fim de semana, poder sair para dançar, ou só esquecer, ou só não pensar em nada. Orgulhava-lhe os colhões. Entrara no vestiário. Estava vazio. Ao passar pela frente de um grande espelho que cobria metade de uma parede, olhou bem para a sua imagem. Olhara bem o desenho de seu tórax bem definido, dos braços e ombros torneados que entravam em contraste com sua barriga. Viraria e veria suas costas musculosas. Parece estranho, mas Algustus ainda não havia se olhado daquele jeito. Tinha um corpo perfeito. Olhou bem o formato de seu maxilar, o seu pomo de Adão que parecia querer rasgar a pele de seu pescoço.
Admirou-se até tomar conta de que estava ali há um bom tempo. Trocou-se e foi caminhando para casa.
Algustus era um belo calcaziano, com músculos perfeitamente em harmonia compondo seus um metro e oitenta e dois de altura. Animou-se tendo percebido o quanto havia ganho corpo devido aos sete anos de natação. Isso alimentava ainda mais a suam vontade de sair.
Ainda a caminho, passara por um bar chamado "Budapeste". A decoração chamou a sua atenção.
Era tudo característico do lugar. Algustus dissera que iria a este lugar, mas não hoje, hoje ele queria dançar, ouvir música alta.
-Ainda virei aqui, com a companhia certa!
Tirando o resto do cloro do corpo com a cabeça em baixo da ducha quente, via que a sua cabeça estava a mil. Pensava em tudo ao mesmo tempo, e no fim parecia que não havia pensando em nada durante os dez minutos que, pareceram ter ido pelo ralo junto com os litros e litros d'agua.
Eram vinte três horas e doze minutos quando ainda enrrolado na toalha, Algustus abrira o closed para escolher a roupa para sair. Eram tantas, e em sua maioria novas, pois não tinha costume de sair. Essa seria a sua 1° noite sozinho. Então decidiu não exagerar. Puxou uma skinny preta com uma lavagem cinza, calçou um Herchcovitch marron baixo, um cinto prateado com uma fina listra em neon verde. Puxou uma blusa preta, porém quando levantou para vesti-la, sem querer olhou-se ao espelho e viu o seu corpo... trocou a blusa por uma t-shirt cinza com estampas não tanto chamativas, visto que por ser justa, o seu corpo faria o resto. Armani Black Code(uma borrifada em si, outras duas no ar). Algustus ligou para um motorista, que chegou depois de cinco minutos.
Com a carteira no bolso, sentia-se armado. Não pelo fato do dinheiro, mas é que sua empolgação e sua disposição exalavam e se misturavam com o perfume, o deixando excitado e excitante.
Entrou pela porta de trás.
-Para onde, senhor?
Algustus não fazia idéia. Andava muito pela cidade mas de dia. Então resolveu perguntar ao motorista, se ele podia lhe indicar um lugar, a melhor casa noturna da cidade. Ao mesmo tempo teve receio, pois nem sempre a opinião de um taxista é uma boa.
-Senhor, há a Hell. Sempre lota.
Hell... o nome lhe chamara atenção.
-Siga.
-Pra lá mesmo?
-Sim, por favor.
Inferno! Um bom capítulo para as suas futuras memórias. Algustus riu.
-Perdão, senhor?
-Nada não.
Algustus pagara a corrida e junto com o troco, o telefone do taxista pedido por ele que agora se apresenta como Carlos. Disse que ligaria quando precisasse.
Mesmo com dezesseis anos, seu tamanhão não o entregava, e como um flash, antes de se aproximar do segurança da boate, lembrara de uma das conversas com Fábio e Diogo. "Porra Algustus, pra ti fica mais fácil, é só fechar a cara, e olhar seja lá o tamanho do porra por cima desse teu narizinho ai..." Algustus tinha o nariz delicado e afilado.
Um vestígio de sorriso no canto da boca surgira, depois de ter passado pelo segurança sem nenhuma preocupação. Olhou a tabela de preços e pediu um ingresso na parte vip. Como não conhecia nem a casa e possivelmente ninguém lá dentro, resolveu ficar em um lugar com poucas pessoas, como se quisesse começar devagar. Pagou com o cartão setenta reais por uma pulseira em azul neon. Pensara:
-Se isso não valer a pena, será um roubo.
Já se podia sentir o lugar. Lasers verdes e azuis desenhavam sob a glicerina em vapor. Havia uma grande pista, onde várias, muitas pessoas dançavam. Algustus por um momento ficara impressionado, visto que todos dançavam ou de olhos fechados, ou de braços erguidos, como se quisessem se renovar, ou cantando, porém acabava parecendo uma dublagem, visto que a música estava em um volume alto. Porém, todos sorriam.
O bar era circular, todo em pastilhas de mármore Carrara em um degradê em preto, vermelho e laranja.
-Uma skol beats!
Algustus já havia bebido, com Fábio e Diogo. Daquelas que experimentou, essa o agradou mais. Dizia que o gosto era mais apurado. Mais forte. Seu primeiro porre foi em seu quarto, na presença dos dois amigos ouvindo Daft Punk.
A luz negra fazia a parte branca de seus olhos castanhos brilharem, junto com a pulseira que logo o entregara, e também a faixa neon em seu cinto, visto que além da blusa ser justa, era também curta.
A parte vip era toda fracionada e ficava há uns dois metros do chão da pista principal. De repente vira na cabeça o porque de na recepção terem lhe perguntado o seu nome. Será que iriam rastreá-lo para ver a sua idade? Até que tudo foi esclarecido, quando se deparou com um camarote fechado com uma pequena correntinha, cuja tinha uma mesa da cor de sua pulseira, e sobre, um cartão de visitas com o seu nome escrito em vermelho.
-Ééé, o atendimento aqui é bom!
A batida frenética o fazia tranquilo. Acreditava que para qualquer pessoa, conseguir com êxito o que planejava, explicaria essa sensação gostosa.
Dera mais um gole quando prestara atenção e vira um balde com cinco garrafas da mesma bebida que estava tomando e junto um cartão que foi deixado em sua mesa. Não via ninguém, apenas a correntinha balançando. Algustus riu quando terminou de ler o cartão que dizia "Com os cumprimentos da casa. The Devil".
Ao mesmo tempo tocava "One night in Bangkok". Algustus conhecia a música, e então permitíra o som bate-estacas o levar.

terça-feira, 25 de setembro de 2007

I

Era calado, na sua; mas sentava-se no meio da sala. Nem muito atrás, nem muito na frente. No meio.Não era de tirar notas máximas, fato que deixava Cassandra pocessa, mas ele nem ligava, já tinha na cabeça a idéia de que aquilo no final serviria somente para ele, e ninguém mais. E para ele, era o bastante. Fábio e Diogo o conheciam há uns 4 anos. Costumavam jogar vídeo-game juntos, nas tardes em que Algustus não tinha treino(quando era mais novo, ele treinava pela tarde). Só nesse ano, talvez pelo fato de terem ingressado outros alunos no colégio, (ou por destino, para quem compartilha dessa idéia; respeito) Algustus ficou separado dos dois.
Diogo estava namorando, e Fábio arranjara outros amigos que compartilhavam dos mesmos gostos. Isso fez com que seus diálogos se resumissem a apenas os 30 minutos do intervalo das aulas. Algustos não demonstrava, talvez por saber (experiência própria) que na mesma facilidade que as coisas vêm, vão também, mas sentia falta dos dois. E ele via que Fábio e Diogo também sentiam isso. Percebia, quando via que por todos os dias, a campainha do término do intervalo atrapalhava, sempre, a conversa dos três. Percebia quando via que nenhum deles, nem mesmo ele, sabia como se despedir. Via isso nas cabeças baixas. Percebia o último por sua cabeça também estar baixa.
Ele poderia achar aquele fim de semestre monótono como todos os outros. Não imaginava de onde aquele cheiro cítrico, trazido pelo vento poderia vir. Só que era agradável.
Chegava as ferias, e junto o verão. Os alunos que haviam passado, foram dispensados mais cedo. Algustus fora direto para casa, a pedido de Cassandra através de uma ligação. Avisava-o de que teria de ir para a Suíça a trabalho, e que ficaria o mês todo fora. Algustus não se abalou, e Cassandra menos ainda. Ela conhecia o ego( ela conhecia por ego, mas chamo de mentalidade) dele, e sabia que não seriam influências que abalariam as responsabilidades dele. Tinha certeza de que tudo estaria no mesmo lugar quando retornasse.
Porém, vendo a sua reação, quer dizer, a sua não-reação pois após ela ter-lhe informado, ele sentara no sofá e perguntara se era tudo, ela lhe perguntou se ele faria questão de uma secretária para tomar conta das tarefas domésticas... Algustus a interrompeu e, por poucos segundos a deixou com um nó na garganta a fazendo ouvir que desde os 10 anos de idade ele sabia muito bem lavar seus próprios fundilhos, visto que Cassandra não adimitia que pessoas estranhas frequêntassem sua casa, não se importando com nada, a não ser ao seu próprio umbigo.
-Não se preocupe comigo.
Talvez Cassandra o visse como um fiel escudeiro, e não como um filho. Estudando em colégios particulares, tendo uma educação aprimorada por mestres e doutores. Tudo para dar continuidade no que ela havia começado. Como se ela ainda quisesse viver depois de morta. Ele pelo menos pensava assim.
Sentira que aquele nó não seria difícil de ser engolido, mas que incomodaria sua mãe, resolveu subir as escadas. Jogou a mochila no chão e tirava a blusa enquanto ouvia Cassandra tirar o carro da garagem. Ele a olhou afastando-se. Sem despedidas.
Por uns minutos ficou na janela de olhos fechados, sentindo um cheiro de laranjas trazido pelo vento. Até que os abriu, pelo barulho provocado pelo enorme caminhão de mudanças que estacionara do outro lado da rua. No mesmo condomínio de Algustus.
Cansara de ver tal cena, tirou as calças e deitou-se na cama.
Dormiu um sono diferente. Tivera sonhos excitantes. Sonhara com beijos, mordidas, mãos a deslizarem e costas por onde as suas deslizavam. Abrira os olhos vagarosamente, até ter terminado de dormitar. Viu que tudo estava escuro. Passou a mão pelo seu rosto, e viu que havia suado. Descendo-a pelo tórax e barriga, gotículas de suor se uniam e juntas ecorriam pelas costelas encharcando o colchão. Sentira também que estava excitado. Mordia os lábios pensando no sonho que tivera. Passara então as mãos pela barriga até o seu pênis ereto por baixo da cueca boxer. A sensação era diferente. Gostosa demais para terminar em uma simples e solitária ejaculação. Sexo solitário. Queria sentir um pouco mais o seu corpo que agora estava todo sensível ao simples passar de suas mãos.
Até que por um cair de consciência chato, lembrou de que era noite de uma sexta-feira:
-Puta merda, atrasado pra porra do treino.
Resolveu não tomar banho. Aproveitara o corpo quente para ir correndo.
Tirou a roupa e pôs o sungão, a touca e os óculos...
O primeiro mergulho provocara muitas bolhas, como se seu corpo estivesse realmente encadescente.
Ainda na piscina, pensava muito no sonho. Não se lembrava das formas, mas sim da sensação.
A pele era macia, e o cheiro, lembrava laranjas.
-LARANJAS, como hoje, o cheiro que eu senti.
Ele estava tão longe que havia esquecido que estava n'água. Logo se engasgou pois a última idéia não foi pensada, e sim dita.
-Quer saber, vou sair hoje!
Disse assim que se recuperara do susto, e viu que essa seria uma solução para a sua cabeça tão cheia.

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Introdução

Solidão era uma palavra que ele dizia não fazer parte do seu vocabulário.
Talvez coragem fosse o que lhe faltasse para adimitir que a sua sombra era a única que, no final de todos esses anos, perceverava.
Além de filho único, seus pais eram separados desde os primeiros anos de seu nascimento, e, digamos que a relação existêncial com a sua mãe fugia completamente do convencional amor, se resumindo em um afeto.
Uma preocupação que ela tinha de ter.
Poderia dizer que o fato que não a fizera largar a criança em um orfanato, foi o seu ego perfecconista, que o via como mais uns de seus problemas a serem resolvidos. Tinha conta de que esse seria um problema para o resto da vida, diferente de seus casos defensoriais no tribunal; e isso alimentava o seu vício cada vez mais.
Então prefiro resumir em afeto.
Augustus passara pela adolescência. Diga-se de passagem muito adulto para pouca idade. Aprendera a cozinhar aos 10 anos de idade, cansado de ter de engolir literalmente( sem degustar) comida congelada todos os dias.. Aprendera a andar pela cidade aos 8 anos. Sozinho. Tinha todos os motivos para se rebelar e por a culpa no tal lar corrompido.
Cabelos curtos, pele limpa e um belo sorriso que o mantinha oculto por maior parte do tempo.
Só abria mão dessa timidez em dois momentos. Quando nas noites pares da semana, passava 3 horas na piscina de um clube particular praticando; ou então quando ele punha os pés na rua e se atrevia a conhecer a cidade a pés... Não havia ninguém a espera-lo. Sentar a mesma sombra de um ipê-amarelo e sentir a então respiração ofegante agora cessar, lhe fazia fechar os olhos e mostrar um sorriso, singelo mas era um sorriso. Sentir o suor sendo enchugado pelo vento que soprava seu rosto, meio que lhe dava uma sensação de dever cumprido.
Poderia me perder naquela sombra, ele dizia, mas a mesma árvore o alertava do tempo pelos seus galhos nus, pelas suas folhagens verdes, ou então pelo florescer de seus botões amarelos. Lembrava-o de que o tempo passava por ele. Por nós. E ele sabia que a sua vida tinha um propósito. No segundo colegial, poderia ainda não ter se decidido para qual vestibular prestar, mas sabia muito bem, coberto pela sombra daquela árvore o que não queria ser e principalmente com quem não queria aparentar.
O nome Algustus foi dado pela sua mãe. Cassandra.
Um nome forte, ela pensou, que poderia dar-lhe um ego a altura do seu. Não maior, pois o seu próprio ego não permitia. Cassandra Montair era juíza, e criara um império tentando fazer juz a história mitológica de seu nome. Ela mesma quem criava as suas verdades. Mentia.
Carlos, Carlos Eduardo Silva. Era o nome do pai de Algustus. Desde o começo da relação com Carlos, Cassandra deixara claro que seu único objetivo com ele era de ter um filho. Carlos não entendia aquilo muito bem, e sempre que questionava sobre o depois, ela se calava.
Foi registrado somente com o sobrenome de sua mãe. Dizendo ela, esse foi o motivo pelo qual Carlos saíra de casa e nunca mais dara notícias.
Cassandra tirara a inoscência de Algustus aos 7 anos de idade o inchendo de verdades(verdades dela) como resposta as perguntas que toda criança faz na ausência de uma figura paterna.
Agora, aos 16 anos, com muitas idéias na cabeça, talvez escondesse por baixo de sua expressão séria, uma suposta curiosidade em saber o paradeiro de seu pai. Quando pensava no nome Carlos Eduardo, não o vinha a mente como uma lembrança, e sim, uma sensação de estranhesa, como se um vento frio soprasse o seu pescoço.
Via Cassandra(a chamava pelo nome, ordens dela) ao voltar dos treinos de natação nas noites pares.
Não conversavam, trocavam informações necessárias enquanto ele cozinhava, e ela bebia gyn com limão, sob a papelada da jurisdição.
Cassandra não fumava na presença de Algustus, mas isso não diminuíra o fedor de tabaco em seus cabelos loiros.
Esse é Algustus Montair.

Homenagem singela a minha criatividade, que carinhosamente a chamo de Anika.

terça-feira, 18 de setembro de 2007

Recalcitrando


Não quero dar o braço a torcer, mas tenho pensado muito em desistir.
penico!
paz!
A minha súbita partida me fez muito bem...
porém, levando em consideração que tudo que acontece é relativo...
(solidão e eticétera podem exemplificar essa parte melhor).
Pensar menos e agir mais...
Poderia ir morar pro sul, tendo como cúmplice e parceira a minha melhor amiga de todos os tempos e de todas as vidas.
Faria uma faculdade particular...
ficaria assim até me formar... Porém, os gastos seriam altos... e penso muito em minha progenitora.
Podem me culpar e me taxar de mau adolescente por pensar assim.
Apedrejar? Claro...
Posso até dar o outro lado da face para baterem...
Dor psicológica... vocês não tem a mínima noção.
Querer e não poder...
almejar... desejar... Acaba tudo ficando por planos, metas... sonhos...
meros pensamentos.
Acontece que tenho menos a perder se voltar pra minha cidade...
Lá, vou poder ir e vir...
já cá ou ali... só aqui poderei ficar.
Sejamos francos... todos no fundo corremos atrás de conforto...
para que senão o dinheiro?
e, no momento sem ninguém pra conversar e com a minha casa estando um lixo...
estou um pouco desconfortável.
Ouvir Beethoven me dá vontade de explodir...
mas sou tão preso ao chão...
que 1° penso na reação que posso desencadear...
3 letras decidem o meu estado de humor agora.
Assim como uma única ligação, e passagens serão compradas pra de volta ao início de tudo.
Descobrindo fotos, sinto saudades de um passado que nunca tive, e medo de um futuro que sempre desconhecerei.

HuG