Terminado as sei lá quantas voltas, visto que estava tão distante que até esquecera de contas as voltas, mas sabia que eram bastantes pois o deixara cansado, sentou a beira da piscina e, balançando os pés n'água não podia esconder a sua ansiedade em sair. Dava-lhe uma sensação de liberdade. Sentia-se como um completo homem por sentir que cumprira as suas obrigações semanais e, ao fim de semana, poder sair para dançar, ou só esquecer, ou só não pensar em nada. Orgulhava-lhe os colhões. Entrara no vestiário. Estava vazio. Ao passar pela frente de um grande espelho que cobria metade de uma parede, olhou bem para a sua imagem. Olhara bem o desenho de seu tórax bem definido, dos braços e ombros torneados que entravam em contraste com sua barriga. Viraria e veria suas costas musculosas. Parece estranho, mas Algustus ainda não havia se olhado daquele jeito. Tinha um corpo perfeito. Olhou bem o formato de seu maxilar, o seu pomo de Adão que parecia querer rasgar a pele de seu pescoço.
Admirou-se até tomar conta de que estava ali há um bom tempo. Trocou-se e foi caminhando para casa.
Algustus era um belo calcaziano, com músculos perfeitamente em harmonia compondo seus um metro e oitenta e dois de altura. Animou-se tendo percebido o quanto havia ganho corpo devido aos sete anos de natação. Isso alimentava ainda mais a suam vontade de sair.
Ainda a caminho, passara por um bar chamado "Budapeste". A decoração chamou a sua atenção.
Era tudo característico do lugar. Algustus dissera que iria a este lugar, mas não hoje, hoje ele queria dançar, ouvir música alta.
-Ainda virei aqui, com a companhia certa!
Tirando o resto do cloro do corpo com a cabeça em baixo da ducha quente, via que a sua cabeça estava a mil. Pensava em tudo ao mesmo tempo, e no fim parecia que não havia pensando em nada durante os dez minutos que, pareceram ter ido pelo ralo junto com os litros e litros d'agua.
Eram vinte três horas e doze minutos quando ainda enrrolado na toalha, Algustus abrira o closed para escolher a roupa para sair. Eram tantas, e em sua maioria novas, pois não tinha costume de sair. Essa seria a sua 1° noite sozinho. Então decidiu não exagerar. Puxou uma skinny preta com uma lavagem cinza, calçou um Herchcovitch marron baixo, um cinto prateado com uma fina listra em neon verde. Puxou uma blusa preta, porém quando levantou para vesti-la, sem querer olhou-se ao espelho e viu o seu corpo... trocou a blusa por uma t-shirt cinza com estampas não tanto chamativas, visto que por ser justa, o seu corpo faria o resto. Armani Black Code(uma borrifada em si, outras duas no ar). Algustus ligou para um motorista, que chegou depois de cinco minutos.
Com a carteira no bolso, sentia-se armado. Não pelo fato do dinheiro, mas é que sua empolgação e sua disposição exalavam e se misturavam com o perfume, o deixando excitado e excitante.
Entrou pela porta de trás.
-Para onde, senhor?
Algustus não fazia idéia. Andava muito pela cidade mas de dia. Então resolveu perguntar ao motorista, se ele podia lhe indicar um lugar, a melhor casa noturna da cidade. Ao mesmo tempo teve receio, pois nem sempre a opinião de um taxista é uma boa.
-Senhor, há a Hell. Sempre lota.
Hell... o nome lhe chamara atenção.
-Siga.
-Pra lá mesmo?
-Sim, por favor.
Inferno! Um bom capítulo para as suas futuras memórias. Algustus riu.
-Perdão, senhor?
-Nada não.
Algustus pagara a corrida e junto com o troco, o telefone do taxista pedido por ele que agora se apresenta como Carlos. Disse que ligaria quando precisasse.
Mesmo com dezesseis anos, seu tamanhão não o entregava, e como um flash, antes de se aproximar do segurança da boate, lembrara de uma das conversas com Fábio e Diogo. "Porra Algustus, pra ti fica mais fácil, é só fechar a cara, e olhar seja lá o tamanho do porra por cima desse teu narizinho ai..." Algustus tinha o nariz delicado e afilado.
Um vestígio de sorriso no canto da boca surgira, depois de ter passado pelo segurança sem nenhuma preocupação. Olhou a tabela de preços e pediu um ingresso na parte vip. Como não conhecia nem a casa e possivelmente ninguém lá dentro, resolveu ficar em um lugar com poucas pessoas, como se quisesse começar devagar. Pagou com o cartão setenta reais por uma pulseira em azul neon. Pensara:
-Se isso não valer a pena, será um roubo.
Já se podia sentir o lugar. Lasers verdes e azuis desenhavam sob a glicerina em vapor. Havia uma grande pista, onde várias, muitas pessoas dançavam. Algustus por um momento ficara impressionado, visto que todos dançavam ou de olhos fechados, ou de braços erguidos, como se quisessem se renovar, ou cantando, porém acabava parecendo uma dublagem, visto que a música estava em um volume alto. Porém, todos sorriam.
O bar era circular, todo em pastilhas de mármore Carrara em um degradê em preto, vermelho e laranja.
-Uma skol beats!
Algustus já havia bebido, com Fábio e Diogo. Daquelas que experimentou, essa o agradou mais. Dizia que o gosto era mais apurado. Mais forte. Seu primeiro porre foi em seu quarto, na presença dos dois amigos ouvindo Daft Punk.
A luz negra fazia a parte branca de seus olhos castanhos brilharem, junto com a pulseira que logo o entregara, e também a faixa neon em seu cinto, visto que além da blusa ser justa, era também curta.
A parte vip era toda fracionada e ficava há uns dois metros do chão da pista principal. De repente vira na cabeça o porque de na recepção terem lhe perguntado o seu nome. Será que iriam rastreá-lo para ver a sua idade? Até que tudo foi esclarecido, quando se deparou com um camarote fechado com uma pequena correntinha, cuja tinha uma mesa da cor de sua pulseira, e sobre, um cartão de visitas com o seu nome escrito em vermelho.
-Ééé, o atendimento aqui é bom!
A batida frenética o fazia tranquilo. Acreditava que para qualquer pessoa, conseguir com êxito o que planejava, explicaria essa sensação gostosa.
Dera mais um gole quando prestara atenção e vira um balde com cinco garrafas da mesma bebida que estava tomando e junto um cartão que foi deixado em sua mesa. Não via ninguém, apenas a correntinha balançando. Algustus riu quando terminou de ler o cartão que dizia "Com os cumprimentos da casa. The Devil".
Ao mesmo tempo tocava "One night in Bangkok". Algustus conhecia a música, e então permitíra o som bate-estacas o levar.
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